O Que São Direitos Decorrentes de Terceirização? Aprenda Aqui
Se você já trabalhou ou conhece alguém que trabalha como terceirizado, provavelmente já ouviu dúvidas como: “Tenho os mesmos direitos de um funcionário direto?”, “Se a empresa falir, quem paga meu salário?” ou “O que mudou com a Reforma Trabalhista?”
Essas perguntas não surgem à toa. A terceirização no Brasil passou por mudanças importantes nos últimos anos, especialmente após a Reforma Trabalhista de 2017. Essas alterações impactaram tanto trabalhadores quanto empresas, redefinindo regras sobre vínculo empregatício, responsabilidades e direitos.
Pesquisei bastante sobre o assunto, consultei fontes confiáveis como o JusBrasil (link para o artigo completo) e também assisti a vídeos explicativos, como este do YouTube sobre terceirização e direito do trabalho (veja aqui).
Se você quer entender quais são seus direitos como terceirizado (ou se é empregador e quer evitar problemas legais), este artigo vai esclarecer tudo de forma prática e direta.

O Que é a Terceirização e Como Ela Funciona?
A terceirização acontece quando uma empresa contrata outra para prestar serviços em vez de contratar funcionários diretamente. Isso significa que, em vez de ser empregado da empresa onde você trabalha, seu vínculo empregatício é com a empresa terceirizada.
Um exemplo clássico é o de serviços de limpeza: uma grande empresa pode terceirizar essa atividade para uma prestadora de serviços, que será a real empregadora dos funcionários da limpeza. O mesmo vale para setores como segurança, TI, atendimento ao cliente, entre outros.
Antes da Reforma Trabalhista, a terceirização era permitida apenas para atividades-meio (ou seja, serviços que não faziam parte da atividade principal da empresa). Depois da Reforma, passou a ser permitida também para atividades-fim, o que abriu espaço para que diversas funções dentro de uma empresa fossem terceirizadas.
Mas como isso afeta os direitos do trabalhador?
Direitos de Quem Trabalha Como Terceirizado
A primeira coisa que muita gente quer saber é: o trabalhador terceirizado tem os mesmos direitos de um funcionário contratado diretamente?
A resposta é sim e não. Em termos básicos, os direitos são equivalentes aos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas há algumas diferenças na forma como são aplicados.
1. Registro em Carteira
O trabalhador terceirizado tem direito a carteira assinada pela empresa terceirizada, não pela empresa onde presta o serviço. Isso significa que a responsabilidade pelos direitos trabalhistas (salário, férias, 13º salário, FGTS, INSS) é da prestadora de serviços.
2. Jornada de Trabalho e Salário
A jornada de trabalho segue as mesmas regras dos demais empregados da CLT:
- 44 horas semanais no máximo, com possibilidade de horas extras remuneradas
- Intervalos obrigatórios conforme a legislação
- Salário compatível com a função, mas pode haver variação dependendo do contrato firmado entre as empresas
Aqui vale um alerta: muitas vezes, terceirizados recebem salários menores que funcionários diretos exercendo a mesma função. Isso acontece porque a empresa contratante pode definir um padrão de remuneração diferente para terceirizados, desde que respeite o salário mínimo e o piso da categoria.
3. Benefícios e Condições de Trabalho
Essa é uma das principais dúvidas. O terceirizado tem direito a benefícios oferecidos pela empresa contratante?
A resposta depende. Segundo a lei:
- O terceirizado deve ter acesso às mesmas condições de trabalho dos funcionários diretos, como refeitórios, transporte e equipamentos de segurança.
- Benefícios como plano de saúde, vale-alimentação e participação nos lucros são opcionais. Se a empresa contratante quiser oferecer aos terceirizados, pode fazer, mas não é obrigada.
4. Quem Paga os Direitos do Trabalhador?
Aqui vem um dos pontos mais importantes. Como o vínculo empregatício é com a empresa terceirizada, é ela quem tem a obrigação de pagar salários, benefícios e encargos trabalhistas.
Mas e se a terceirizada não pagar?
Nesse caso, a empresa contratante tem responsabilidade subsidiária. Ou seja, se a terceirizada der calote, a contratante pode ser acionada na Justiça para pagar os direitos trabalhistas do funcionário.
Por isso, muitas empresas tomam cuidado na hora de contratar prestadoras de serviço, exigindo garantias financeiras e cumprimento das obrigações trabalhistas.
O Que Mudou com a Reforma Trabalhista?
A Reforma Trabalhista de 2017 trouxe algumas mudanças importantes para a terceirização no Brasil. As principais foram:
- Terceirização da atividade-fim – Agora, qualquer setor da empresa pode ser terceirizado, não apenas atividades-meio.
- Quarentena para ex-funcionários – Se um funcionário for demitido, ele não pode ser recontratado como terceirizado antes de 18 meses. Isso impede que empresas substituam funcionários diretos por terceirizados para reduzir custos.
- Igualdade de condições – Terceirizados devem ter acesso às mesmas condições de trabalho dos funcionários diretos, como infraestrutura, segurança e alimentação.
Na prática, essas mudanças fizeram com que mais empresas optassem pela terceirização para reduzir custos e aumentar a flexibilidade da contratação.
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Minha Opinião: A Terceirização Vale a Pena Para o Trabalhador?
Essa é uma questão polêmica. Do ponto de vista empresarial, a terceirização é vantajosa porque reduz custos e simplifica a gestão de pessoal. Mas, para o trabalhador, pode ser um desafio.
Entrevistei alguns profissionais terceirizados e ouvi opiniões divididas. Muitos dizem que se sentem menos valorizados dentro da empresa onde trabalham, porque não têm os mesmos benefícios que funcionários diretos. Outros relatam que a falta de estabilidade é um problema, já que a terceirização facilita a rotatividade.
Por outro lado, há quem veja vantagens. Alguns terceirizados afirmam que têm mais oportunidades de emprego, já que muitas empresas contratam terceirizados com mais facilidade do que funcionários diretos.
Minha conclusão? A terceirização pode ser positiva ou negativa, dependendo do contexto. Se a empresa terceirizada for séria e cumprir suas obrigações trabalhistas, o trabalhador pode ter uma boa experiência. Mas se houver irregularidades, o terceirizado pode acabar enfrentando atrasos salariais e dificuldades para garantir seus direitos.
Se você está pensando em aceitar um trabalho terceirizado, minha dica é: pesquise bem sobre a empresa prestadora de serviços e conheça seus direitos antes de assinar o contrato.
A terceirização mudou bastante com a Reforma Trabalhista, e entender os direitos do trabalhador terceirizado é essencial para evitar abusos. Se você trabalha nesse modelo ou pretende trabalhar, fique atento às suas garantias legais e saiba que a empresa contratante pode ser responsabilizada em caso de irregularidades.
O tema ainda gera muitas discussões e é sempre bom acompanhar as atualizações da legislação. E você, já trabalhou como terceirizado ou conhece alguém que teve experiências boas (ou ruins) com isso? Compartilhe sua história!